Japonês Kakebo chega ao Brasil para ajudar a controlar despesas do lar

por FABÍOLA SALANI

Garrafa de água para enfrentar o calor sufocante, R$ 2,50. Picolé de frutas para conseguir chegar ao destino, outros R$ 2,50. Pão de queijo para driblar a fome, R$ 3,50. Balas, R$ 1,50. Pronto, você gastou R$ 10 e nem percebeu.

Boa parte dos livros sobre finanças pessoais mira no controle desses pequenos gastos como ferramenta para equilibrar o orçamento e achar onde cortar despesas.

 Divulgação 
Capa da edição brasileira do Kakebo, livro de finanças pessoais
Capa da edição brasileira do Kakebo, livro de finanças pessoais

E um livro colorido, com dicas de economia doméstica e formato de agenda para anotar todas as despesas do dia a dia, chega ao Brasil para ajudar nessa tarefa.

O Kakebo –que em japonês significa “livro de contas das despesas de casa”– traz dicas de economia de maneira divertida, para incentivar o usuário a marcar seus gastos e manter seus propósitos.

As páginas dedicadas a anotar as despesas vêm divididas com os dias da semana, sem datas, para que a pessoa comece um ciclo de um ano quando quiser.

A recomendação é apenas que o início se dê em uma segunda-feira –como nas dietas para emagrecer, segunda fica sendo o dia de começar um planejamento financeiro.

Na edição brasileira, um porquinho dá dicas para economizar e representa o dinheiro poupado; um lobo faz as vezes de “vilão” do orçamento. No início de cada mês, o usuário é convidado a listar suas receitas e despesas fixas, além de traçar objetivos e estimar a economia a ser feita.

Nas páginas seguintes, ele vai marcando o dinheiro usado para “sobrevivência” (categoria na qual estão alimentação, farmácia, transporte, filhos e animais de estimação), “lazer e vícios” (bares, restaurantes, cigarros, baladas, cosméticos e roupas), “cultura” (livros, música, espetáculos, filmes e jornais e revistas) e os “extras” (viagens, presentes, eletrônicos, objetos para o lar). No total semanal, aparece o lobo faminto por aquele valor.

A divertida página do fim do mês mostra lobo e porquinho brigando pelo orçamento e permite organizar despesas por categoria, facilitando a decisão sobre onde cortar.

Em Portugal e na Espanha, onde já foi lançado, o livro desperta comentários positivos de usuários em redes sociais, que, contudo, reclamam do formato, que, segundo eles, é difícil de ser levado de um lado para o outro.

Os editores negam que isso afete o progresso dos usuários e afirmam que eles são encorajados a guardar notas para depois lançá-las no livro, num momento definido individualmente.

A versão 2015 lançada na Espanha trouxe um pequeno livro em formato de passaporte exatamente para ser mais facilmente transportada.

Ao fim e ao cabo, o Kakebo funciona mais como um estímulo para controlar as finanças do que como ferramenta em si. O sucesso vai depender da disciplina do usuário.

Como disse José Vignoli, educador financeiro do Meu Bolso Feliz, do SPC Brasil, “é mais um tipo de controle de finanças pessoais, voltado para alertar sobre os pequenos gastos que ao final do ano podem somar valores consideráveis. Nada muito diferente das regras básicas de controle pessoal, mas traz um charme que faz vender bem”.

Para Vignoli, o Kakebo é um “aplicativo impresso”: “É muito usado no Japão dentro da cultura oriental de consumo, que difere da nossa”.

Kakebo – Agenda de finanças pessoais

Editora Bestseller

Quanto R$ 30 (200 págs.)

Classificação Bom

Fonte: Folha Online – 09/02/2015

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