Conheça os museus do Ibram “abertos” para visitação on-line

Parceria entre o Instituto Brasileiro de Museus, vinculado ao Ministério da Cidadania, e o Google permite explorar obras de grandes artistas pela internet

publicado: 16/01/2019 em http://cultura.gov.br/
A pintura Embarque do Príncipe Regente para o Brasil, de 1807, é uma das obras do Museu Histórico Nacional disponíveis on-line a partir da tecnologia Google Arts & Culture (Foto: Reprodução)

Estudar a história do Brasil, conhecer artistas nacionais e internacionais e apreciar obras clássicas e contemporâneas está muito mais fácil. Basta um clique para você ter acesso on-line a 3.337 itens e 23 exposições de cinco museus administrados pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), instituição vinculada ao Ministério da Cidadania. Desde 2017, o tour virtual é possível por conta de uma parceria entre a instituição e o Google Arts & Culture.

Podem ser visitados de forma virtual o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Histórico Nacional, o Museu Imperial e os Museus Castro Maya (RJ), no Rio de Janeiro, e o Museu Lasar Segall, em São Paulo. “A nossa vida está cada vez mais permeada pelo mundo digital. Por isso, é importante que o museu também se comunique e esteja presente nas plataformas virtuais. Por meio delas, as pessoas também podem ter acesso às obras e perceber a dimensão de acervo dos museus brasileiros”, ressalta a coordenadora de Estratégias e Sustentabilidade do Ibram, Patrícia Albernaz,

Museu Nacional de Belas Artes

Dentre as instituições ligadas ao Ibram, o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) é o que possui o maior acervo no Google – ao todo são 2.254 itens e 12 exposições. No último domingo (13), em comemoração ao aniversário de 82 anos do museu, a instituição disponibilizou mais de 1000 novos itens do seu acervo na plataforma.

O museu também faz parte de outros projetos, como o Google Self – aplicativo do Google que analisa a selfie e mostra com qual obra de arte famosa você parece – e “O que é arte Contemporânea?”, também do Google Arts & Culture. “Foi observado que o projeto Google Self fez com que aumentasse bastante o acesso aos acervos em geral”, conta Patrícia. A coordenadora ainda lembra que, desde o lançamento do museu na plataforma, foram criadas duas novas exposições virtuais – “O Espaço da Arte” e “Das Galés às Galerias: representações e protagonismos do negro no acervo do Museu de Belas Artes“.

Museu Histórico Nacional

Uma das principais funcionalidades do Google Arts & Culture é permitir a visualização detalhada de algumas obras. Muitas imagens foram capturadas por uma câmera capaz de digitalizar com uma super-resolução e revelar detalhes que passam desapercebidos ao olho nu.

A pintura “Embarque do Príncipe Regente para o Brasil“, de 1807, é uma das obras disponíveis a partir da tecnologia. Integrante do acervo do Museu Histórico Nacional (RJ), a pintura retrata a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 29 de novembro de 1807. Ao dar zoom no quadro, é possível explorar os detalhes da obra. “Podemos enxergar os detalhes da peça, o traço do artista, a tinta craquelada, as pinceladas em diferentes direções. Com isso, podemos entender melhor a técnica do artista. Além disso, com estes registros, fica mais fácil acompanhar a conservação da obra o longo dos anos”, afirma Patrícia.

Museu Imperial

Outro projeto do Google é o We wear Culture (Nós vestimos Cultura), que retoma a história e a cultura por meio da moda. No Museu Imperial, por exemplo, é possível explorar o traje e as insígnias usados por D. Pedro II em sua coroação, em 1841. A coleção virtual mostra com detalhes os tecidos nobres para vestir e os metais e pedras preciosas que ornamentam as insígnias reais. “Falar sobre o traje usado por D. Pedro II em sua coroação, antes demais nada, é falar sobre como a indumentária é o atributo de quem a veste. Esse atributo se apresenta de diversas maneiras − no tecido, em sua cor, em sua forma. Esses elementos em conjunto serviam e ainda servem para diferenciar o status do usuário na sociedade”, diz o texto de abertura da exposição.

Em 2018, o museu lançou a exposição virtual “Costumes da corte da elite de Debret”, em comemoração aos 210 anos da chegada da Família Real ao Brasil. No mesmo ano, foram contabilizados 58.632 acessos na página da instituição. “O maior impacto que o museu sentiu por conta do projeto Google foi a própria procura pelo site do Dami(Digitalização do Acervo do Museu Imperial – plataforma de gestão de acervo desenvolvida pela Museu). No ano passado, tivemos, até abril, 218.968 acessos. Para se ter uma ideia, de janeiro a dezembro de 2017, foram 337.990 acessos. Nos registros de anos anteriores, os acessos não chegavam a 100 mil ao ano”, comenta a coordenadora de Estratégias e Sustentabilidade do Ibram.

Museus Castro Maya

O perfil eclético da coleção de obras dos Museus Castro Maya (RJ) – formados pelos museus do Açude e Chácara do Céu – chama atenção. O colecionador e mecenas das artes Raymundo Ottoni de Castro Maya doou os imóveis e toda a coleção de cerca de 17 mil itens, que abrangem tanto as artes plásticas quanto as artes aplicadas, decorativas e a bibliofilia.

Tão rico acervo pode ser visitado assim como está disposto no museu, em um passeio de 360 graus a partir da ferramenta virtual pelas salas e jardins do imóvel.

Ao entrar virtualmente no museu, o visitante se depara com o retrato de Castro Maya feito pelo amigo Candido Portinari, com quem desenvolveu muitos projetos desde a década de 1940 até a morte do artista. Este relacionamento de vinte anos resultou em um acervo de 168 originais, entre pinturas, desenhos, gravuras e ilustrações de livros. O museu é um dos maiores acervos públicos do pintor e artista plástico brasileiro.

Ao olhar ao redor e subir as escadas do museu, outras obras de Portinari podem ser contempladas: “O Sonho”, “Menino com Pião” e “O Sapateiro de Brodowski’. Considerado um dos artistas mais prestigiados do Brasil, Portinari foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional, com obras como os gigantescos painéis de “Guerra e Paz”, presenteados à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, em 1956.

Durante o passeio, ainda é possível conhecer peças das coleções de arte oriental, Brasiliana, arte brasileira moderna, arte popular brasileira e arte europeia dos séculos XIX e XX, além de alguns exemplares esparsos de peças clássicas e obras dos séculos XVII e XVIII.

Museu Lasar Segall

Pelo projeto, ainda é possível conhecer a história do artista por trás das obras. O processo do abrasileiramento do lituano Lasar Segall é apresentado numa temática audiovisual: suas obras mais representativas e áudios explicativos de cada fase de sua produção artística perpassam desde o impressionismo europeu do começo do século XX até a “revelação do milagre da cor e da luz” com o movimento modernista após conhecer o Brasil, na década de 1920.

“A saída da Alemanha rumo ao Brasil em 1923 mudaria por completo o olhar de Lasar Segall em relação a tudo que agora o cercava. As novas cores, quentes e cheias de vida, e a proximidade com o jeito apaixonado de ser do brasileiro se instalaram definitivamente na alma de Segall”, narra um dos áudios disponíveis no museu, ao exaltar a influência de brasileiros renomados do movimento modernista, como Tarsila do Amaral e Mario de Andrade, sobre o trabalho do artista.

O Museu Lasar Segall (SP) está instalado nos espaços que eram de sua casa e de seu ateliê, adaptados a essa nova finalidade. O artista voltou definitivamente ao Brasil em 1932, indo morar na casa projetada por seu cunhado, o arquiteto modernista Gregori Warchavchik.

Museu Nacional

O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é o mais recente acervo a compor o Google Arts & Culture. O último lançamento no Brasil foi uma homenagem à memória ao museu, destruído em setembro por um incêndio, que abrigava uma das maiores coleções de história natural do mundo. Cerca de 20 milhões de peças foram atingidas pelo fogo, incluindo artefatos indígenas, fósseis de dinossauros e o mais antigo esqueleto humano encontradonas Américas. Graças a esta parceria, é possível fazer uma visita virtual ao museu e conhecer oito exposições com 164 objetos do acervo atingido pelo incêndio.

O Google Arts& Culture possui parcerias com mais de 1800 museus e instituições culturais em todo o mundo e mais de 50 no Brasil. O objetivo da rede é democratizar elevar a arte para o maior número de pessoas possível. Além dos cinco museus do Ibram, a plataforma disponibiliza acervos do MASP, do Museu do Amanhã, da Pinacoteca de São Paulo, do MAM São Paulo, do MAM-Rio, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Fundação Theatro Municipal de São Paulo e de Inhotim, entre outros. Veja a lista aqui.

Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania

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