Em SP, a busca por desaparecidos conta agora com uma arma inusitada: figurinhas de álbum

Por Jefferson Guimarães

Colecionar figurinhas é parte da infância de muitos brasileiros. Completar o álbum com a ajuda dos amigos é uma das lembranças mais divertidas. E ter a oportunidade de mostrar a própria coleção às futuras gerações torna a mania de crianças comum entre os adultos.

Pois a Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD) – mais conhecida como “Mães da Sé” – resolveu aproveitar esse saudável hábito para exibir imagens de muitas pessoas nessa situação. A intenção é divulgar a ideia de que o álbum de uma família não se completa se falta uma peça – no caso, um parente cujo paradeiro é desconhecido.

Segundo dados da Delegacia de Pessoas Desaparecidas do Estado de São Paulo, anualmente 200 mil pessoas desaparecem no Brasil. Só naquele estado são 60 casos, por dia, de pessoas que simplesmente desaparecem sem deixar pistas. Buscar informações é um trabalho diário e difícil, realizado desde 1996 pela ABCD.

A Associação tem distribuído milhares de envelopes em pontos movimentados da capital paulista. Cada um contém cinco figurinhas, com fotos e informações de crianças, adolescentes e adultos desaparecidos. Ao abri-los, cada pessoa é convidada a colar as figurinhas em pontos diversos, para ampliar a visibilidade das imagens. Nelas estão escritas: “Cole essas figurinhas no seu mural e ajude a completar um álbum de família”. 

A mobilização também chegou à internet. Usuários das redes sociais são convidados a compartilhar as imagens em seus perfis com a hashtag #figurinhasdesaparecidas, aumentando ainda mais as chances de encontrar quem está perdido.

Artistas em ação – Outro movimento criativo em prol da ABCD também foi registrado em maio. No Dia das Mães, artistas com grande popularidade nas redes sociais foram convidados a postar auto-retratos (selfies) no Instagram, exibindo a capinha de seu próprio celular. Detalhes importante: as capinhas dos aparelhos continham fotos e nomes de crianças procuradas pelas Mães da Sé.

Batizada de #SelfindProject,  a iniciativa lembrava que nem todas as mães tinham a sorte de estar com seus filhos naquele dia. E pedia mais atenção à causa dos desaparecidos. Faça sua parte: publique, compartilhe. A Rede de Mobilização Social apoia essa causa.

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