O que os unicórnios brasileiros têm em comum

O Brasil já conta com seis startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão

Publicado em 01/08/2019 – POR DANIELA FRABASILE em https://epocanegocios.globo.com/

unicórnio (Foto: Pexels)

Esse é um clube seleto: 16 pessoas podem dizer que fundaram unicórnios no Brasil. Até agora, seis startups brasileiras chegaram ao tão sonhado valor de mercado de US$ 1 bilhão. A primeira foi a 99, que alcançou o status ao ser comprada pela chinesa Didi Chuxing no começo de 2018. Depois, vieram Nubank, Movile (dona do iFood), Stone, Arco e, mais recentemente, a Gympass.

No mundo, existem 314 unicórnios, segundo a consultoria CBInsights. O número de criaturas mitológicas cresceu (quando o termo surgiu, em 2013, eram 39), mas isso não significa que eles tenham se tornado comuns: menos de 1% de todas as startups chegam ao bilhão de dólares. Há também um clube ainda mais exclusivo, o dos ‘decacórnios’, avaliados em mais de US$ 10 bilhões. São 20 no mundo, incluindo Uber, Didi Chuxing, WeWork, Airbnb, e SpaceX.

Em parceria com a KPMG, a plataforma de inovação Distrito fez um levantamento sobre os unicórnios brasileiros e os aspirantes, aquelas startups que estão quase chegando ao US$ 1 bilhão. Para o estudo, foram considerados unicórnios empresas de origem independente, com base tecnológica e que tenham alcançado essa avaliação de mercado via rodadas de investimento ou pela abertura de capital (IPO).

Ao todo, são 16 fundadores entre os 6  unicórnios brasileiros, uma média de 2,6 fundadores por startup. Em média, eles tinham 29 anos no momento em que fundaram a empresa — o mais novo, João Thayro, da Gympass, estava com 25 anos. Os mais velhos são Paulo Veras, da 99, e Patrick Sigrist, da Movile, que tinham 40 anos na data de fundação de suas empresas.

Entre os 16 fundadores, há apenas uma mulher: Cristina Junqueira, do Nubank. 81% dos fundadores são brasileiros. Os estrangeiros são o argentino Ariel Lambrecht, da 99, o colombiano David Vélez e o americano Edward Wible, ambos do Nubank.

A universidade que mais formou fundadores de unicórnios é a Universidade de São Paulo. Dos 14 fundadores graduados no Brasil, 10 passaram pela USP. Desses 14 que foram educados no Brasil, 10 estudaram também no exterior — 5 deles em Harvard.

A graduação mais comum entre os fundadores de unicórnios é Engenharia — 43,8% deles fizeram o curso. Em seguida, aparece Administração (25%), Ciências da Computação (12,5%) e Economia (12,5%).

Os aspirantes
Há mais empresas brasileiras que podem estar prestes a chegar à avaliação de US$ 1 bilhão. O relatório da Distrito e da KPMG cita dez, separadas em três categorias: os favoritos, apostas quentes e elemento surpresa.

O primeiro grupo, das startups que podem virar unicórnios ainda em 2019, engloba CreditasQuinto Andar Neoway. A Creditas, fundada por Sergio Furio, recebeu este ano um aporte de US$ 231 milhões do Softbanke está entre as preferidas por ter registrado crescimento expressivo na receita em 2017 e 2018.

A Neoway não divulga quanto recebeu de investimento, mas atua em uma área quente no mercado brasileiro e no mundo: a análise de dados. Já a Quinto Andar somou US$ 85,3 milhões em investimentos e atua no enorme mercado de aluguel de imóveis no Brasil, avaliado em cerca de R$ 200 bilhões.

Entre as apostas quentes, estão Conta Azul, Ebanx, Viva Real, Resultados Digitais e Grow. A lista de elementos surpresa tem CargoX e Loggi.

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