Montreal cria incubadora de economia criativa

FICE 2019: “Não somos robôs, precisamos de criatividade e arte”

Noor El Bawab, diretora de programas da incubadora de economia criativa Zú, falou durante o Festival de Inovação e Cultura Empreendedora 2019

23/11/2019 – POR RENNAN A. JULIO

Noor El Bawab, diretora de programas da Zú (Foto: Alexandre Di Paula)

 

Montreal, no Canadá, quer se transformar em um polo de economia criativa.

Berço de projetos bilionários como o Cirque du Soleil, a cidade acaba de ganhar uma incubadora voltada para economia criativa. É o , incubadora e aceleradora sem fins lucrativos, criada por Guy Laliberté, cofundador do circo mais conhecido do mundo. O projeto nasce com objetivo claro: ajudar empresários da economia criativa a se profissionalizar e, por que não, ganhar o mundo.

A responsável por encontrar essas startups e projetos pelo mundo é Noor El Bawab, jovem de 33 anos nascida no Brasil e criada entre Líbia e Canadá. Noor esteve no Festival de Inovação e Cultura Empreendedora 2019, evento realizado em São Paulo, no Co.W Berrini. Durante sua palestra, falou sobre a relação entre arte, inovação e negócios – e, claro, aproveitou para convidar startups brasileiras a fazer parte do programa.

Segundo Noor, iniciativas como o Zú são importantes para que projetos de economia criativa possam operar como startups de outros setores. E, portanto, possam atrair a atenção de fundos de investimento tais como as outras. “Nós não somos robôs. Precisamos de arte e criatividade.” Para isso, o hub de inovação lançará em 2020 três programas de incubação.

Zu, incubadora e aceleradora de startups de economia criativa

Com programas de três a oito meses de duração, 45 empresas devem passar pela Zú, entre startups de estágio inicial até negócios mais avançados. As inscrições abrem no dia 5 de dezembro, e é possível se cadastrar de qualquer lugar do planeta. “Precisamos incentivar pessoas criativas a entrar no mundo dos negócios. O poder de propriedade intelectual é muito concentrado. Precisamos trabalhar para que no futuro nossa cultura não tenha uma cara só.”

O espaço do Zú funcionará em um grande complexo em Montreal, com três espaços diferentes: um para startups, outro para grandes corporações e uma terceira área pública, onde empreendedores poderão apresentar seus projetos. Como exemplo, Noor cita uma empresa especializada em criar instalações artísticas pelo mundo.

“Todo criador tem o direito de expandir sua arte pelo mundo. Quero que eles tenham a chance de vender seus produtos em outros países”, afirma. Além disso, o programa oferece mentorias com empresários de diversas áreas e conexão com possíveis investidores. “Criativos tendem a ver seus negócios como projetos em vez de empresas. Vamos ajudá-los a pensar de outra maneira.”

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