2014 no Brasil será a primeira Copa sustentável?

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Sustentável é aquilo que pode ser reaproveitado e não depende de nenhum tipo de agressão para se manter, seja ao ambiente ou às pessoas. Se a ideia antes e durante as obras da Copa do Mundo no Brasil era fazê-la a primeira com o selo “verde” de sustentabilidade, os resultados finais não são animadores. A questão, na verdade, se refere ao legado de sustentabilidade que a Copa deixará para o país.

A meta foi alcançada com a tecnologia usada na maioria dos estádios, que possuem mecanismos de aproveitamento da energia solar e água da chuva, e que foram construídos com materiais reaproveitados – o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, por exemplo, utilizou areia e cascalho que estavam embaixo do gramado em sua construção.

A crítica central que se repetiu ao longo do processo de adaptação das cidades-sede foi a de que os recursos que poderiam ser utilizados em serviços de necessidades essenciais, como saneamento básico, saúde, transporte público e educação, foram destinados às arenas, que nada mais são do que extensas e caríssimas obras de construção civil que, após o evento, pouco contribuirão para o desenvolvimento social do local.

Maus exemplos existem aos montes, como o da Copa da África do Sul, que deixou elefantes brancos em cidades assoladas pelo desemprego e atrasos estruturais, ou da Copa de 1994, nos Estados Unidos, o país mais rico do mundo, que, ao invés do lucro estimado em US$ 4 bilhões, arcou com um prejuízo contabilizado em mais de US$ 5 bilhões.

Uma das iniciativas mais eficientes no calendário esportivo brasileiro de 2014 e 2016 é a estratégia de compra de créditos de carbono por empresas, medida semelhante à adotada na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada em junho de 2012.

Seja por conta da tecnologia empregada nas construções, ou por meio de ações de entidades, governos e cidadãos, o legado sustentável previsto para o Brasil na Copa deixa a sensação de que poderia ser mais duradouro. O fato de tanto dinheiro ter sido gasto em apenas um grande evento mostra que o país, apesar de inúmeras iniciativas independentes, precisa colocar de vez a sustentabilidade entre suas pautas principais, para evitar pagar um preço ainda mais alto em longo prazo.

*Roberta Valença é CEO da Arator, consultoria especializada em projetos de sustentabilidade com inovação.

roberta@aratorsustentabilidade.com.br

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