Como levar a aprendizagem criativa para dentro da sala de aula

A aprendizagem criativa ajuda a engajar os alunos com o conteúdo da aula, desenvolver a resolução de problemas e construir conhecimento de forma ativa

POR: Débora Garofalo

As turmas do 4º e 5º ano do professor Sidinei Silva se empoderaram tanto dos conhecimentos adquridos em aula que os compartilham em um projeto social para pacientes com câncer. Crédito: Acervo pessoal/Sidinei Silva

Muito tem se falado sobre aprendizagem criativa, mas, afinal, como ela consegue despertar a aprendizagem e torná-la significativa?

A aprendizagem criativa está diretamente ligada à aprendizagem que passa pelo “colocar a mão na massa”. Ela aguça a curiosidade e desperta os estudantes para criatividade e inventividade ao vivenciar o processo cognitivo. É importante ressaltar que todos nós, professores, independentemente da área que lecionamos podemos levar a aprendizagem criativa para dentro da sala de aula, porque todos somos seres criativos!

Dentro da aprendizagem criativa, há o chamado 4Ps: projetos, parcerias, paixão e pensar e compartilhar. Mitchel Resnick, professor de pesquisa de aprendizado no Massachusetts Institute of Technology (MIT) MediaLab, destaca a importância da valorização dos 4Ps da aprendizagem criativa. Eles podem ser usados como estratégia envolvente para trabalhar com temas e conteúdos do currículo de forma motivadora e instigante. Esses quatro pilares oferecem possibilidades para criar, testar, errar e construir conhecimento em situações reais de aprendizagem e de forma ativa sobre problemas e temáticas sociais.

Os caminhos para a aprendizagem criativa na sala de aula

O primeiro caminho é a mudança de atitude em nós!

Trazer experiências pautadas no experimentar e mão na massa colaborativas como a cultura maker, robótica, animações como story board e stop motion e programação são algumas possibilidades de porta de entrada para resgatar a infância, desenvolver o raciocínio lógico, trabalhar com resoluções de problema e tornar o aprendizado envolvente.

Sidinei Silva, professor e instrutor de informática da Escola Municipal Maria Tereza de Abreu Figueiredo, em Cascavel (PR), trabalha com o protagonismo de crianças de 8 a 10 anos (4º e 5º ano). Esse trabalho é feito por meio da robótica e da resolução de problemas, desenvolvendo uma frente social ligada com a aprendizagem criativa que permite aos estudantes construírem protótipos. O projeto foi apresentado no 15º Congresso Latino Americano de Software Livre e Tecnologias Abertas, em parceria com os alunos.

Os alunos de Sidinei também apresentaram seus trabalhos em um Congresso. Crédito: Acervo pessoal/Sidinei Silva

Para iniciar o trabalho com as crianças, Sidinei começou com circuito de papel, massinha condutiva e programação com kit de eletrônica de forma lúdica. Nesse processo, o professor deixou que as crianças experimentassem e vivenciassem os materiais e pudessem construir com as mãos. Deste trabalho nasceu os robôs Minions, que agregam elementos que vão de sucata a placa programáveis.

Para além dos muros da escola, Sidinei e seus alunos também realizam um trabalho social com os pacientes no hospital de câncer da cidade, com o apoio da Casa Solidária onde os pacientes em tratamento ficam hospedados. As crianças são responsáveis por replicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula, uma vez por mês, aos pacientes.

A trajetória percorrida por Sidinei é só um dos caminhos possíveis de serem explorados com a aprendizagem criativa. E você, querido professor, como a inclui no seu trabalho com a turma? Ajude a fomentar práticas docentes.

Um abraço,

Débora Garofalo

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