Deve-se pensar que a qualidade da produção, depende do artista

Publicado em https://www.correio24horas.com.br – Por César Romero

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31.12.2018,

A arte de Rubem Valentim (foto/divulgação)

O que se pode desejar aos artistas visuais no Ano Novo que nem bem começou? Especialmente, criatividade e ação.

A criatividade vem da vida instintiva profunda, da intuição. Criar é organizar o caos, portanto, criação é formulação de ideias por meio de palavras ou recursos visuais. As ações vêm da vontade que cobra a todos o fazer, e indica a realização de alguma ação, seja a produção de algo, como objeto, a geração, a fabricação, construção ou composição de atos voluntários. Com a crise que se instalou em nosso país, o mercado encolheu muito e vários artistas se sentiram desestimulados e pararam de produzir, ou produzem muito pouco. Um erro grave, um dia a crise passa, recomeçam os movimentos do mercado e o artista não tem produção estocada.

A arte é coisa de todo dia, não existe inspiração, que é coisa de artista amador. Existem sim, dias melhores, dias nem tanto, em que seu produto sofre oscilações. Já imaginaram um artista esperar a “inspiração”? Quantas terão por ano? Inspiração é coisa de amador. Os artistas tem seu abecedário, e vai fazendo seu jogo de armar, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo seu idioleto na ação e descobre novas formas, que se elaboram em sua própria produção. Revisar o já feito é tarefa de maturidade. O artista Rubem Valentim foi um exemplo lapidar. A arte deve ser produzida para o tempo. Arte e tempo são duas coisas eternas. Juntas permanecem como um espaço infinito.

Hoje, com as mudanças que vieram dos anos 1960, a profissão de artista visual tornou-se complexa e acumulativa. Surgiram outras necessidades que se impõem, especialmente, em exposições individuais, como curador, que é tomar a si a responsabilidade de cuidar, diferente de organizador, cujo trabalho é de menor alcance. Crítico de arte que faz a avaliação do produzido, em textos específicos e reveladores.

Ainda para a execução da mostra solo, é necessário o trabalho de montadores, iluminadores, programadores visuais, monitores, gráficas, fotografia, vigilantes, às vezes palestras. Dos materiais necessários para a fatura do trabalho, depende da técnica escolhida, pintura, desenho, escultura, gravura, fotografia, novas mídias, assim necessita-se de tintas, pincéis, solventes, papéis específicos, espátula, tecido, vidros, madeira, pregos, prensa, chassis, molduras e assessoria de imprensa. São muitos itens.

O artista visual faz existir profissionais, que se acumulam e contribuem para um bom resultado final. Mas deve-se pensar que a qualidade da produção, depende do artista. O que mais vale é a qualidade do inventivo e as transfigurações.

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